Etiqueta sexual no início do relacionamento

Imagem: Pinterest

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Todos os casais firmam seus contratos e são diferentes, uns dos outros. Portanto, não existe um código universal, uma Bíblia que defina o certo e o errado, o bom e o ruim. Mas no meio de todas as diferenças, é possível estabelecer pontos que podem servir, em medidas variáveis, para a maioria dos casais.

Quando se trata de novos amores, parece que a gente precisa ainda mais dessas regrinhas para ajudar a definir como agir. "Não existe algo formalizado, porém as pessoas acabam se comportando de uma forma mais pensada, menos natural, pois estão muito preocupadas com a avaliação e sua aceitação pelo outro", diz a psicóloga Liliana Seger. "As mulheres querem seduzir e ser seduzidas e, muitas vezes, acabam se atrapalhando". A dica dela é não exagerar, pelo menos no início.

Segundo Liliana, elas, muitas vezes, sentem uma necessidade de se mostrar seguras, plenas, decididas, cheias de si, e acabam não se permitindo mostrar indecisões que são próprias do ser humano. Quando fazem isso, dão aos homens a abertura para se mostrarem também muito seguros e confiantes, até donos da verdade, mesmo quando isso não é totalmente real. "Assim, cada um desempenha um papel que não é como gostaria de se sentir na relação e, ao final da noite, estão tão cansados que acabam não se vendo nunca mais", exemplifica.

O mesmo acontece com relação ao sexo. As mulheres querem se comportar como as poderosas e resolvidas e algumas, por receio de serem mal interpretadas, fazem o gênero "topo tudo". Depois, elas ficam tristes e insatisfeitas com o rumo que a relação acaba tomando. "Outras temem dizer o que não gostam por medo de perder o parceiro, e acabam se submetendo para não correr o risco de ficar sozinhas", lamenta Liliana, que é professora do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática (ISEXP).

Ela lembra que, antigamente, no início de uma relação, as mulheres estavam preocupadas com o que o outro pudesse pensar delas. "Atualmente, estão caindo no lado oposto, mostram que são liberadas, que não tem conflitos e que transam porque é bom, sem culpa nenhuma. No íntimo sabemos que, na verdade, todas têm questões e são inseguras afetivamente".

A dica de Liliana é tentar ser consciente daquilo que funciona como verdade para cada um. "Quando temos claro aquilo que é bom para nós, tanto sexualmente quanto afetivamente, conseguimos mostrar um pouco na relação, principalmente se estamos com alguém em quem temos uma pouco de confiança. Quando os dois estão fazendo tipo é mais difícil. Nesses casos, as mulheres mais extrovertidas terão mais facilidade de dizer ou mostrar o que gostam e o que não gostam. As introvertidas aceitarão mais as investidas do outro e acabam engolindo seus desejos", avalia.

O importante é deixar a porta do diálogo aberta. O que se observa, no entanto, é que os casais pouco conversam, ainda mais quando o assunto é sexo. Há os que, no entanto, se dão tão bem sexualmente que não precisam nem conversar sobre o assunto. "A conversa sobre sexo só se faz necessária se algo está incomodando. Caso contrário, quando a química é boa, essas questões não aparecem", diz a psicóloga.

No início de todo relacionamento, obviamente se quer impressionar e mostrar o seu melhor lado. Mas não é legal deixar-se invadir. Liliana sugere que não é necessário usar um "atlas" do corpo humano. Enquanto as mais extrovertidas conseguem ser claras, as mais introvertidas podem se mostrar com pequenos gestos. "A mulher que se gosta e tem uma boa autoimagem, sempre consegue se respeitar e acaba deixando muito claro as coisas que não lhe caem bem, não só sexualmente, mas também na conversa. Às vezes, o parceiro já começa a ser inconveniente quando fala. Não é necessário estar sem roupa para incomodar".

Retirado de: Vila Mulher | Terra

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